Monday, January 22, 2007


"(...) por eso hoy vivo en Paraguay
muy lejos dónde tu estás
y además las cervezas son de litro."


O Chuck me falou e aqui está a foto pra comprovar. No Paraguai e em outros países da América do Sul, há esse modelo de garrafa de cerveja de 960ml. è um barato, não?

Jardinagem




Planto flores de manhã
Meus amigos regadores são contentes
Mas é necessário frisar que essa terra é movediça

A traição dos ventos

Me vejo às vezes como o senhor que perdeu sua plantação de amoras
As crianças procuram motivos para entender minha imbecilidade
E digo pra que não procurem frutas muito saudáveis nessa sacola de plástico que é a vida

Imagino que você floresceria por aqui
Se eu tivesse sorte com esses rios subterrâneos que são os corações

)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Fiz esse poema hoje de manhã. Ando meio besta assim.

Sunday, January 21, 2007

Banda foda - OS GRAMOFOCAS


Essa banda de Brasília é o canal. Misturando um punk rock ramônico com elementos de rockabilly e country, os caras botam pra foder. Ouçam "Country song (NOFX should listen more Ramones)" e " A filha do dono do bar" . Dá pra baixar rapidinho nesse link aí , ó. Gosto de quando as pessoas dão um toque de originalidade no punk rockque é meu estilo de som predileto. Gramofocas, já sou fã e vou comprar a camiseta no site.




http://www.protons.com.br/gramofocas/

Saturday, January 20, 2007



P O R C A R IA

TROCO PRA CINCO

(um continho imbecil que fiz há um tempo. Se você ler isso significa que anda com tempo pra gastar com bobagens)




Aconteceu que um poeta humanista-modernoso-inovador-eu-sou-Deus, desiludido com as possibilidades de sucesso de talentos maravilhosos e ímpares como ele, começou a pensar em um esquema de divulgação e expressão artística que revolucionasse o modo de se ler poesia. Porque livro ninguém gosta e é caro. Participar de coletâneas em que se paga pra publicar não poderia ser cool (seu poema-vanguarda–inspirado-na-linguagem-das-máquinas-de-xerox soaria deslocado uma página depois das redondilhas menores sobre “doces que mamãe fazia em Piracicaba” escrita por uma velhinha talentos da maturidade). Alternativas mais modernas como espaços eletrônico-virtuais disponibilizados para seres humanos comuns (não quero falar o nome disso pra parecer superior) não se lê e computador tem coisa mais interessante: pornografia-pedofilia-vídeos-incríveis-relacionamentos-à–distância-namorar-coreanas–linguagem-rsmda(...) ninguém prestaria atenção em minhas víceras lá. Já editoras-papel-brilhante-capa-dura-best-seller eram o sonho... Suma daqui com a sua linguagem mimeográfica-offset !!!!!



→ → → → → → → → → → →

— Um café (,) preto! Sabia lidar com as palavras.
O preto serviu o café, cobrou um real, a nota era de cinco, o troco veio em quatro notas sujas de um. Uma delas tinha um negócio escrito com caneta azul:

“Corrente de oração.

São Cosme e Damião! Por amor a Deus e ao proximo, consagrastes as vida no cuidado do corpo e das alma dos doentes. Abençoais os medicos e farmaceuticos. Alcançais a saúde para o nosso corpo. Fortaleceis a nossa vida. Curais o nosso pensamento de toda maldade. A vossa inosencia e simplicidade ajude todas as crianças a terem muita bondade umas com as outras. Fazeis que elas conserve sempre a consciencia tranquila. Com a vossas proteção, conservais o meu coração sempre simples e cincero. Fazeis que eu lembro sempre estas palavra de Jesus: ‘Deixais vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino de Deus’.São Cosme e São Damião, rogais por nós, por todas as criança, médicos, farmaceuticos e enfermeros. Repasse essa corrente para outras dez notas e alcance a graça de São Cosme e Damião”

— Quantas mensagens dessas eu já vi na vida? Acho que um milhão delas – não, eu não peguei em um milhão de notas de um real na minha vida – muitas delas. Povo pobre desgraçado emporcalha até o dinheiro com essas merdas de santo. É por isso que os ricos só mexem com cartão de crédito.
(Se isso fosse um gibi, apareceria uma lampadazinha encima da cabeça dele agora).
— Eu sou um gênio!

→ → → → → → → → → → →


O poeta escreveu suas pérolas em notas sujas e agora alcançava as camadas mais humildes da sociedade. Pegava o dinheiro de sua aposentadoria por invalidez e trocava inteiro em notas de um real. Algumas já vinham com correntes escritas ,mas sempre havia a outra face .O povo precisava de poesia. Se a coisa mais importante do mundo é o dinheiro então deveríamos escrever poesia nele. O poema que fez mais sucesso era um chamado “grampeador da alma” (não vou transcrever aqui porque teria que criá-lo, então, o poeta seria eu).
No bar do cafezinho:
— Dimas, tem troco pra cinco?
— Tenho, Zé!
— Que porra é essa nas nota?
— Os viado resolveram fazer viadice no dinheiro agora.
— Mas é duro mesmo né? A gente se fode pra ganhar o nosso dinheirinho e esses filho duma égua vem sujar com essa desgraça aqui.


Primeiro rascunho:29 de junho de 2006

Janeirão

Se eu pesasse menos o mundo nem sentiria

Os ventos que me levariam são debilitados por calores brutos

Acordo as inutilidades
Afundado em barros de um janeiro corcunda
Se você fosse uma corrente menos pesada
Eu seria um desenho engraçado e junto

Ando lento e nublado de choros calvos
Os asfaltos são papéis sem letras

Janto mentiras
E eu sinto

Se você fosse uma foto bonita e só
Eu abria o olho sem constrangimento
Mas sou um mas


Vago vago
O mundo não me sente

Bonita de longe

Se eu não giro igual ao mundo
É porque os dias são maiores que a minha dor
A esperança é uma peça de trem fantasma
Bonita de longe
Os dias são tijolos que caem das minhas costas
carregados em vão
Repostos religiosamente
Pela fábrica de fa( r )dos

Construo uma casa engraçada
Sem teto, sem nada
Porque dentro de mim estou por fora

São lamúrias que eu exibo

São poças de mim no chão de ninguém

A geometria dos corações me ensinou que sou quadrado
Apesar de triturado pelas sapatilhas
Esse formato é mantido religiosamente em dia

Comento tristezas como quem comenta o preço da batata
Me embatato de lágrimas tantas vezes
que penso que sofrer é obrigação agendada

A má educação dos corações me ensinou que retribuir é racional
E que o sorriso é uma janelinha que enfeita infernos

mALL STAR

Caminhar por esse mundo
De cara limpa e coração aberto
É como entrar com o tênis furado em banheiro de bar

Eu quero ir embora daqui, mas é estranho
Qualquer lugar que eu vá
Vai sempre ser mundo
Mundo com pessoas
E bares com banheiros sujos

Correr até machucar meus pés
Chegar ao mesmo lugar
Sangrar para não sangrar
Eu quero ir embora
Mas o lá é sempre um aqui

Volto sempre no tempo
Com menos cabelo
O mundo girando em banheiros
O chão imundo

Por que eu não jogo esse tênis fora?

Se machucar
Se perder
Frágil

Primeira postagem do Espantalho.


A idéia é simples: um cara perdido escreve coisas imbecis que ninguém vai ler.